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Google Pode Estar Favorecendo Conteúdos Contrários À PL Das Fake News, Diz MPF
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A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão de São Paulo se baseou em um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
- Por Anderson Santos
- 02/05/2023 18h35 - Atualizado há 1 ano
O Ministério Público Federal (MPF) enviou um ofício ao Google para questionar a possibilidade de a plataforma estar favorecendo conteúdos contrários ao Projeto de Lei das Fake News em seus resultados de busca. O ofício foi expedido nesta segunda-feira (1º).
A página inicial do buscador apresenta atualmente uma mensagem que destaca o PL das Fake News como um potencial fator para o aumento da confusão entre verdades e mentiras no Brasil. Ao clicar no texto, o usuário é direcionado para uma página com um artigo que se posiciona contra a aprovação do projeto de lei.
Um estudo realizado pela NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), indica um possível direcionamento de resultados de busca quando o usuário pesquisa informações sobre o PL 2630 no Google. Foi com base nesse estudo que a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão de São Paulo expediu um ofício questionando o Google.
— Gazeta Brasil (@SigaGazetaBR) May 2, 2023
Um Teste realizado pela NetLab no dia 29 de abril, mostrou que ao digitar "PL 2630" em uma pesquisa no Google, a plataforma mostrou um conteúdo patrocinado da própria empresa, intitulado "Conheça o PL da Censura".
A oposição tem usado a expressão "PL da Censura" para criticar a proposta que está em tramitação na Câmara.
O portal de notícias g1 fez outra busca com o mesmo termo usado anteriormente na noite desta segunda-feira e, como resultado, o Google retornou um post com o título "O PL 2630 pode piorar a sua internet”.
Imagem: reprodução
De acordo com o estudo realizado pela NetLab da UFRJ, o Google teria sugerido buscas contendo a expressão "PL da Censura" quando o usuário procurava pelo Projeto de Lei 2630, mesmo em abas anônimas do navegador.
Porém, a pesquisa mostrou que os termos "PL da Censura" não eram utilizados nas buscas relacionadas ao PL 2630.
Os pesquisadores acreditam que esses resultados podem indicar que o Google está influenciando negativamente a opinião dos usuários em relação ao projeto de lei.
Com base nas informações apresentadas pelo estudo, o Ministério Público Federal decidiu solicitar ao Google esclarecimentos sobre os critérios utilizados nos resultados de busca relacionados ao termo "PL 2630". O prazo estipulado para a resposta é de 10 dias.
"Na hipótese de uma empresa modular seu buscador para oferecer às pessoas que procuram saber sobre dado assunto uma versão específica e que lhe aproveita, ela estaria atuando em prejuízo do direito à informação que diz promover", escreveu o procurador Yuri Corrêa da Luz.
Nota Do Google
"As alegações de que estamos ampliando o alcance de páginas com conteúdos contrários ao Projeto de Lei 2630 na Busca, em detrimento de outras com conteúdos favoráveis, são falsas.
Cada vez que uma pessoa faz uma busca, nossos sistemas trabalham para mostrar para ela os resultados mais relevantes entre milhares, às vezes milhões, de páginas de web. Não alteramos manualmente as listas de resultados para determinar a posição de uma página específica em nenhuma hipótese.
Nossos sistemas de ranqueamento se aplicam de forma consistente para todas as páginas, incluindo aquelas administradas pelo Google.
Acreditamos que a discussão sobre uma legislação que pode impactar a vida de milhões de brasileiros e empresas precisa ser feita envolvendo todos os setores da sociedade. Nas últimas semanas, temos nos manifestado em relação ao PL 2630 de forma pública e transparente por meio de nosso blog oficial.
Além disso, temos investido em campanhas de marketing para dar visibilidade mais ampla às nossas preocupações, por meio de anúncios em veículos de comunicação tradicionais, como jornais, e em mídia digital, incluindo nossas plataformas de publicidade e redes sociais.
Temos explicado os riscos, que consideramos legítimos, às pessoas que usam nossas plataformas e também aos diferentes participantes do ecossistema digital. Isso inclui criadores de conteúdo no YouTube, anunciantes de todos os tamanhos e sites de notícias.
Às vésperas da votação do PL 2630, que não foi discutido tão amplamente e sofreu alterações significativas nas últimas semanas, é importante que os brasileiros estejam informados sobre os possíveis impactos para tomarem uma decisão sobre como participar dessa discussão."